A Inês e o Francisco vivem em Munique, na Alemanha, e procuraram o Hypnobirthing para se prepararem para um parto positivo. Fizeram sempre as sessões juntos, praticaram desde cedo e aplicaram-se em toda a preparação. Era nítido o trabalho em equipa do casal e o resultado foi este bonito relato de parto com Hypnobirthing que nos trouxe a Carmo num ambiente de tranquilidade e amor.


“Aqui vai um relato completo, é impressionante que me lembro de cada mais pequeno detalhe. 

As contrações (que eu até estava na dúvida se eram mesmo contrações) começaram na madrugada de sexta para sábado (40semanas +4 dias), quando me levantei de manhã tinha algum sangue e fiquei contente a pensar que finalmente estava a acontecer qualquer coisa.

A ultima semana tinha sido algo frustrante com muitas visitas ao médico (de 2 em 2 dias) sem ver evolução nenhuma. Passei o dia distraída, fomos almoçar fora, dar um passeio e cheguei a ligar para o hospital só para confirmar que o sangue não era sinal de alarme. 

Jantamos e ficamos a ver televisão e aí já sentia alguma pressão na lombar e achei melhor ir dormir. Acho que ainda consegui dormir uns minutos entre contrações mas já tinha que me concentrar na respiração. Tentei o mais possível que o Francisco não acordasse porque sabia que ia precisar da energia dele. A certa altura deixei de conseguir estar deitada porque as contrações já eram muito intensas e ia mudando entre bola, estar de pé, casa de banho, mas na minha perceção ainda não tinham a frequência desejada e por isso também não cronometrei. 

Vestimo-nos e fomos a pé (5 min), tinha nevado toda a noite e os pássaros estavam a começar a cantar.

Por volta das 4h30 decidimos cronometrar e estavam de 5 em 5 com mais de um minuto de duração. Nesta altura o Francisco ligou para o hospital que disse que podíamos ir indo, ou se quiséssemos, experimentar primeiro tomar um banho… nem um minuto estive no banho.

Vestimo-nos e fomos a pé (5 min), tinha nevado toda a noite e os pássaros estavam a começar a cantar. Quando lá chegámos, e ainda tivemos que esperar um bocadinho pela mudança de turno, eu já pedia desesperadamente por epidural.

Lá me fizeram o toque e para surpresa de todos estava com 7 cm e fui levada imediatamente para a sala de partos. Ligaram-me ao Ctg e aí também comecei a perceber que não ia receber epidural nenhuma porque não ia dar tempo.

Recordo-me que estava indecisa entre ter medo de receber a epidural ou não … as sensações do parto sem analgesia eu tinha-as bem estudadas, mas a da dor de colocar a epidural não.

Por isso quando tive a certeza que não ia acontecer não me senti ansiosa e apenas pedi qualquer outra coisa que me aliviasse. Deram-me alguma coisa pelo cateter que me aliviou os picos de intensidade e fiquei deitada a ouvir os batimentos da Carmo no Ctg (relaxa imenso!!) enquanto o Francisco me dava de beber (água de coco – recomendo muito para dar energia!!) e falava comigo calmamente.

Os minutos seguintes para mim foram muito rápidos, avaliaram-me a dilatação e estava completa, pedi para me posicionarem de lado para o nascimento e a enfermeira deu-me indicação para relaxar um bocadinho para a bebe descer mais um pouco.

Aqui lembro-me de ter usado a respiração Descendente e ter ficado com a sensação que as contrações perderam a intensidade. A certa altura não sei o que aconteceu, o bebé ia nascer mas colocaram-me deitada de barriga para cima, o Francisco emocionado de um lado, a parteira do outro a fazerem contrapressão nos meus pés.

Estava quase, 3 ou 4 contrações depois tinha a Carmo nos braços.

Ficamos cerca de 2h com ela nos braços, enquanto saiu a placenta e me deram pontos. Só depois foi pesada, 2.870 kg e 52 cm 😊. Ainda pudemos ficar no bloco só os 3 umas 4h, até nos levaram lá o pequeno almoço! 

Soube depois que quando a minha bolsa rompeu, já nos últimos minutos, o líquido era verde e achamos que ela nasceu com o cordão no pescoço e por isso me colocaram deitada para a fase final. 
Não posso dizer que tivemos todo o controlo da situação quando entramos no bloco, mas apesar disso, sinto-me super agradecida à enfermeira parteira que nos acompanhou e fazia tudo igual outra vez.

Foi um mistura entre sentir-me em controlo e confiar na equipa que la estava. 

Sinto-me orgulhosa do nosso trabalho, meu, do Francisco e da Carmo. Fizemos uma boa equipa!
Estamos muito felizes e vamos entrar num pós parto com muito mais confiança. 

Desculpe o relato tão longo, mas acho que em cada detalhe consegue perceber o quanto nos ajudou o hypnobirthing!

A cabeça guia e o corpo segue, e a minha cabeça ia totalmente relaxada. Não consigo olhar para trás e ver dor, apesar de muita intensidade! 
Mais uma vez muito obrigada Maria! “


Que orgulho sinto deste casal!

Fico muito feliz com os agradecimentos mas lembro que o mérito é exclusivamente deles pois prepararam-se, informaram-se, empoderaram-se e estavam confiantes. E foi este estado de espirito e conhecimento que levou a este desfecho. Como digo sempre: a mente guia e o corpo segue.