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Hipnoparto funciona sempre, mas não é para todas as grávidas.

Costumo dizer que o Hypnobirthing, ou Hipnoparto em português, funciona sempre. No entanto não é ideal para as mulheres grávidas.

E porquê?
Porque requer compromisso, trabalho, aprendizagem e treino.
Porque leva tempo e é necessário dedicação, tal como qualquer objetivo que queira atingir na vida.

E nem todas as grávidas têm este tempo.
E nem todas as grávidas querem assumir o controle e poder do seu parto.
E está tudo certo pois cada mulher é única e tem as suas próprias motivações e desejos.

Um exemplo: já reparou que a maioria das mães, quando falam do parto usam a terceira pessoa?

– “fizeram-me”
– “decidiram”
– “deram-me”
– “levaram-me”
Raramente dizem: “fiz” ou “fizemos”, “levei”, “fui”, “decidi” ou “decidimos”.

A mãe preparada por Hypnobirthing, diz: “decidi”, “fiz”, “tomamos esta decisão em conjunto com o médico”, por exemplo.

É o seu corpo, o seu parto e o seu bebé. Então, porque é que a mulher nem sempre tem o papel principal no nascimento?

Porque a educação, aliada à medicalização do parto, faz com que muitas mulheres adotem um papel passivo.

E por que razão tomam este papel passivo?

Principalmente porque, deixando o feminismo de lado, crescemos numa sociedade patriarcal. Fomos educadas para obedecer e respeitar a autoridade e não a questionar. Isto aconteceu ao longo de toda a vida, na escola, no trabalho e em sociedade.
Como considera o médico ou o pessoal hospitalar figuras de autoridade, é natural que, durante o parto, tome, inconscientemente, esta atitude submissa de paciente. Na maioria das vezes, irá fazê-lo sem pensar, mas outras vezes será apenas para evitar problema. E também por ter algum receio em não ser tão bem tratada se assumir outro papel.

É natural que pense: “Sim, está bem, mas os médicos é que sabem!” ou “O que é que vão pensar de mim?” ou até “E se alguma coisa corre mal?”.
Claro que os profissionais sabem o que estão a fazer, mas é importante que os pais se sintam envolvidos nas decisões e em todas as opções, além de que é um direito que é deles por lei.

Questionar para entender

Questionar e querer ser envolvida, não significa que não aceite os procedimentos. Significa que, para os aceitar, têm de lhe fazer sentido.
É perfeitamente legítimo querer saber mais antes de concordar com algo que lhe seja proposto.

No caso do parto, ainda muitas mulheres desconhecem que não lhes podem fazer absolutamente nada, sem o seu consentimento. Assim, quando tomam uma atitude de obediência e submissão correm o risco de prejudicar a experiência de parto, pois sentem que não têm controlo e não se envolvem no processo.

Reclame o seu papel de protagonista

Pode, e deve, reclamar o seu papel principal e assumir o controlo do seu próprio parto. Tem o direito à decisão. Pode fazer perguntas que poderão mudar totalmente o rumo do parto e que terão um impacto enorme na experiência que marcará a sua vida e a maternidade.

Que fique claro que isto não é nenhum incentivo para ir contra as indicações médicas, muito pelo contrário.

É apenas uma chamada de atenção para que saiba os seus direitos e tome consciência de que a sua proatividade. E isto influenciará toda a gravidez e experiência de nascimento.

Uma mãe Hypnobirthing abraça o seu nascimento com confiança, porque está informada e tem todo o conhecimento. Só conhecendo todos os elementos pode tomar decisões conscientes ao longo de todo o processo.

Na formação abordamos temas que poderá achar desnecessários, mas que permitirão que se sinta informada e confiante. Irá, inclusive, aprender um método que a ajuda em todo o processo de tomada de decisões e será muito útil sempre que tem alguma dúvida, ou desconhece algum procedimento.

Informação, a principal ferramenta dum parto positivo

Partimos da premissa de que se estiver informada, terá a confiança necessária para saber tomar as melhores decisões. Por essa razão, a formação completa de Hypnobirthing está desenhada para informar os pais de todos os cenários possíveis. Assim, sentir-se-ão confiantes em todo o processo, independentemente do rumo do parto.

A informação é o primeiro pilar para obter confiança. Uma mãe Hypnobirthing aprende, estuda e percebe todo o processo, estando preparada para todas as eventualidades.
É um processo que requer aprendizagem, trabalho e entrega e essa é uma das razões pela qual não é para todas as mulheres.
E está tudo bem!

Maria Ribeiro
Fundadora do Parto se Medos- Hypnobirthing7- Programa de acompanhamento online com Hypnobirthing.
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Uma terapeuta também chora.

Sim, pode parecer estranho, mas acontece. Uma terapeuta também chora quando nasce um bebé.

A terapeuta é a voz que explica, que conforta, que está sempre lá, firme e confiante.

É a pessoa que escuta, que pergunta, que quer saber como se sente. Com genuíno interesse e sem qualquer julgamento.

A terapeuta interessa-se realmente por conhecer a grávida, o pai, aquela família em particular. Não é mais um acompanhamento, é O acompanhamento!

Sempre que trabalha com uma nova família, também ela se liga aquele bebé que ainda não nasceu. Aquela mãe que está com medo e aquele pai que quer ajudar e, por vezes, não sabe como.

Acompanha-os com todo o amor e acaba por se sentir parte desta família.

Assim, quando recebe uma fotografia com o bebé recém-nascido e lê uma mensagem de agradecimento, como resultado do seu trabalho, a terapeuta também chora.

Sim, chora muitas vezes…

E ainda bem porque, de cada vez que chora, sente que ganhou mais um membro na sua grande família do coração.

E por isso digo sempre na minha apresentação que sou avó de muitos “ netinhos de coração” e, acreditem que representam algumas lágrimas que escorreram para o meu sorriso quando recebi a notícia.

E sou abençoada por poder fazer este “trabalho” e por receber tanto carinho de todas estas famílias.

Uma terapeuta também chora, sim
Eu choro, sim… e ainda bem❣️

Maria Ribeiro
Fundadora do Parto se Medos- Hypnobirthing7- Programa de acompanhamento online com Hypnobirthing.
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Imagem Google

Silêncio é fundamental para o parto

O silêncio é fundamental quando está a decorrer um parto.
Porquê?

Porque silencia o Neocórtex, a parte do cérebro mais racional que está ligada ao intelecto e à linguagem. O Neocórtex, entre as várias funções que desempenha, é o responsável por recolher a informação, analisar, racionalizar, avaliar e criar todo o tipo de cenários.

Posto isso, é esta a parte que irá ativar o Sistema de Sobrevivência que prejudica o bom desenvolvimento do parto. Recorde-se que é bastante comum e habitual a grávida estar com algum medo do parto e, quando este processo acontece, pode haver uma alteração na produção de hormonas e um desvio no curso do nascimento, tornando-o mais duro e diferente do que está previsto pela natureza.

Na sociedade atual, damos mais importância e usamos mais a parte racional do que a parte animal do cérebro. Assim, nem sempre é fácil silenciar o Neocórtex. No entanto, é fundamental que perceba a importância do silencio para deixar a sua parte mais animal liderar o nascimento.

O obstetra francês Michel Odent afirma que a mãe, apenas necessita de 3 condições para dar à luz: silêncio, sossego e sentir-se protegida.

Quando a mãe está relaxada, as hormonas fluem e o parto decorre mais rapidamente e mais tranquilamente.

Recordo-lhe que somos o único mamífero que duvida da sua capacidade de parir. As crenças e medos podem afetar o corpo e a produção de hormonas. Assim, o nascimento fluirá melhor quando conseguir deixar-se levar, com confiança em si e na sua equipa de nascimento, silenciando a sua parte racional (Neocortex).

Maria Ribeiro
Fundadora do Parto se Medos- Hypnobirthing7- Programa de acompanhamento online com Hypnobirthing.
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Crédito imagem: aprendizadosdemae.com