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A dor do parto não é só física

O parto tem desconforto sim, mas, por vezes, a dor do parto não é só física e é a dor emocional que traz o maior sofrimento. É um dos momentos da vida em que as nossas “dores” do passado mais se manifestam. É muito importante olhar para elas e trabalhá-las, ainda durante a gravidez.


A potência e vulnerabilidade do momento do parto pode levar a que se manifestem algumas sombras e inseguranças, tão bem “arrumadas” debaixo das nossas capas do dia a dia.

Resultantes de feridas emocionais, essas “dores” podem vir de muito longe, de sentimentos adormecidos que remontam à infância.

Como se sente a menina a quem disseram que não era capaz, na hora em que mais precisa de confiar na sua capacidade?

Por exemplo: uma menina a quem disseram que não era capaz ou a quem fizeram sentir que não era suficiente.
Como se poderá sentir, enquanto mulher adulta, numa altura em que está tão vulnerável como no parto? É um dos momentos da sua vida em que mais precisa de confiar nela própria, na sua capacidade de parir, na capacidade do seu corpo. Ela precisa de saber que é capaz e esta sombra do passado pode facilmente atrapalhar o parto.

Ou uma menina que se sentia sozinha e indefesa perante o mundo? Que precisava de ser cuidada e amada e não sentiu que o tivesse sido.
Como se poderá sentir, enquanto mulher adulta, num dos momentos da vida em que mais precisa de se sentir protegida? No parto, esta mulher precisa de se sentir apoiada, cuidada e segura. Só assim se poderá entregar completamente a este momento poderoso.

Abraça esta parte de ti que precisa de ser ouvida e cuidada.

Antes do parto, permite-te mergulhar nestes sentimentos, percebe e valida as necessidades dessa menina. Abraça-a, fazendo-a sentir-se acarinhada, confiante e segura para que não manifeste as suas inseguranças durante o parto.

Assim, ainda durante a gravidez, permite-te sentir o que precisas de sentir, abraça esta parte de ti que precisa de ser ouvida e cuidada. Cuida da tua menina pequenina para dar lugar à mulher maravilhosa e empoderada e viver a tua experiência de parto, em paz e com segurança.

Se precisares de ajuda, estou por aqui!

Evita e tensão durante o parto e protege o períneo

Evitar a tensão durante o parto ajuda a relaxar a zona pélvica. Por isso, é tão importante que aprendas a libertar a tensão da boca e mandíbula ula para proteger o períneo.


Um principais pontos de tensão é a boca e mandíbula. È fácil identificar os sinais, como por exemplo, apertar os dentes ou contrair a boca.
Naturalmente, quando chega uma onda uterina mais potente, aumenta a tensão na boca e na mandíbula. Isto porque essa zona está conectada com o soalho pélvico.

Assim, quando se verifica alguma tensão na boca e mandíbula é sinal de que há tensão, também, na zona do períneo. Este músculo necessita de estar descontraído e a tensão pode originar uma laceração desnecessária. Não queremos que isso aconteça por essa razão é tão importante evitar a tensão na mandíbula para evitar, também, a tensão na zona pélvica.

Para perceber melhor, faz este pequeno exercício:
Experimenta apertar a boca e mandibula enquanto relaxas o soalho pélvico. Mas ao mesmo tempo.
É difícil, não è? Pode parecer estranho, mas as duas zonas estão ligadas.
E ainda bem porque esta ligação ajuda-nos a atuar rapidamente.

E como relaxar a boca e mandíbula?
– Dando um beijo longo, por exemplo. Se tiveres vontade, ajuda a produzir Ocitocina e é perfeito;
– Fazendo alguma meditação ou ouvindo uma música agradável;
– Fazendo sons e vocalizações, por exemplo “Aahahahah” com a boca entreaberta;

Em relação à vocalização, é também importante preparar a tua mente para saber interpretar e reagir aos sons da vocalização. Principalmente, se estiveres em ambiente hospitalar. Vê este vídeo que te ajuda a entender como reages às vocalizações e a evitar que sons e ruídos hospitalares te perturbem.


Maria Ribeiro
Fundadora do Parto se Medos com Hypnobirthing
Segue-me no Instagram para mais dicas

Relato de parto da Inês, com Hypnobirthing

A Inês e o Francisco vivem em Munique, na Alemanha, e procuraram o Hypnobirthing para se prepararem para um parto positivo. Fizeram sempre as sessões juntos, praticaram desde cedo e aplicaram-se em toda a preparação. Era nítido o trabalho em equipa do casal e o resultado foi este bonito relato de parto com Hypnobirthing que nos trouxe a Carmo num ambiente de tranquilidade e amor.


“Aqui vai um relato completo, é impressionante que me lembro de cada mais pequeno detalhe. 

As contrações (que eu até estava na dúvida se eram mesmo contrações) começaram na madrugada de sexta para sábado (40semanas +4 dias), quando me levantei de manhã tinha algum sangue e fiquei contente a pensar que finalmente estava a acontecer qualquer coisa.

A ultima semana tinha sido algo frustrante com muitas visitas ao médico (de 2 em 2 dias) sem ver evolução nenhuma. Passei o dia distraída, fomos almoçar fora, dar um passeio e cheguei a ligar para o hospital só para confirmar que o sangue não era sinal de alarme. 

Jantamos e ficamos a ver televisão e aí já sentia alguma pressão na lombar e achei melhor ir dormir. Acho que ainda consegui dormir uns minutos entre contrações mas já tinha que me concentrar na respiração. Tentei o mais possível que o Francisco não acordasse porque sabia que ia precisar da energia dele. A certa altura deixei de conseguir estar deitada porque as contrações já eram muito intensas e ia mudando entre bola, estar de pé, casa de banho, mas na minha perceção ainda não tinham a frequência desejada e por isso também não cronometrei. 

Vestimo-nos e fomos a pé (5 min), tinha nevado toda a noite e os pássaros estavam a começar a cantar.

Por volta das 4h30 decidimos cronometrar e estavam de 5 em 5 com mais de um minuto de duração. Nesta altura o Francisco ligou para o hospital que disse que podíamos ir indo, ou se quiséssemos, experimentar primeiro tomar um banho… nem um minuto estive no banho.

Vestimo-nos e fomos a pé (5 min), tinha nevado toda a noite e os pássaros estavam a começar a cantar. Quando lá chegámos, e ainda tivemos que esperar um bocadinho pela mudança de turno, eu já pedia desesperadamente por epidural.

Lá me fizeram o toque e para surpresa de todos estava com 7 cm e fui levada imediatamente para a sala de partos. Ligaram-me ao Ctg e aí também comecei a perceber que não ia receber epidural nenhuma porque não ia dar tempo.

Recordo-me que estava indecisa entre ter medo de receber a epidural ou não … as sensações do parto sem analgesia eu tinha-as bem estudadas, mas a da dor de colocar a epidural não.

Por isso quando tive a certeza que não ia acontecer não me senti ansiosa e apenas pedi qualquer outra coisa que me aliviasse. Deram-me alguma coisa pelo cateter que me aliviou os picos de intensidade e fiquei deitada a ouvir os batimentos da Carmo no Ctg (relaxa imenso!!) enquanto o Francisco me dava de beber (água de coco – recomendo muito para dar energia!!) e falava comigo calmamente.

Os minutos seguintes para mim foram muito rápidos, avaliaram-me a dilatação e estava completa, pedi para me posicionarem de lado para o nascimento e a enfermeira deu-me indicação para relaxar um bocadinho para a bebe descer mais um pouco.

Aqui lembro-me de ter usado a respiração Descendente e ter ficado com a sensação que as contrações perderam a intensidade. A certa altura não sei o que aconteceu, o bebé ia nascer mas colocaram-me deitada de barriga para cima, o Francisco emocionado de um lado, a parteira do outro a fazerem contrapressão nos meus pés.

Estava quase, 3 ou 4 contrações depois tinha a Carmo nos braços.

Ficamos cerca de 2h com ela nos braços, enquanto saiu a placenta e me deram pontos. Só depois foi pesada, 2.870 kg e 52 cm 😊. Ainda pudemos ficar no bloco só os 3 umas 4h, até nos levaram lá o pequeno almoço! 

Soube depois que quando a minha bolsa rompeu, já nos últimos minutos, o líquido era verde e achamos que ela nasceu com o cordão no pescoço e por isso me colocaram deitada para a fase final. 
Não posso dizer que tivemos todo o controlo da situação quando entramos no bloco, mas apesar disso, sinto-me super agradecida à enfermeira parteira que nos acompanhou e fazia tudo igual outra vez.

Foi um mistura entre sentir-me em controlo e confiar na equipa que la estava. 

Sinto-me orgulhosa do nosso trabalho, meu, do Francisco e da Carmo. Fizemos uma boa equipa!
Estamos muito felizes e vamos entrar num pós parto com muito mais confiança. 

Desculpe o relato tão longo, mas acho que em cada detalhe consegue perceber o quanto nos ajudou o hypnobirthing!

A cabeça guia e o corpo segue, e a minha cabeça ia totalmente relaxada. Não consigo olhar para trás e ver dor, apesar de muita intensidade! 
Mais uma vez muito obrigada Maria! “


Que orgulho sinto deste casal!

Fico muito feliz com os agradecimentos mas lembro que o mérito é exclusivamente deles pois prepararam-se, informaram-se, empoderaram-se e estavam confiantes. E foi este estado de espirito e conhecimento que levou a este desfecho. Como digo sempre: a mente guia e o corpo segue.

Parto com Epidural ou sem Epidural, eis a questão!

Umas das questões que mais trabalho com as mães que acompanho: parto com Epidural ou sem Epidural, eis a questão!


Se escolheste um parto com Epidural, já te questionaste porque fizeste esta escolha ainda antes de saber como irás reagir ao desconforto? 🤔

Se esta é a tua primeira viagem, não será pela ideia ou  “medo” da dor?

Neste vídeo, poderás entender uma das principais razões do “medo do parto” que leva a que muitas mulheres escolham a Epidural, num primeiro parto, ainda antes de perceber como vai reagir o seu corpo. 

Um parto com Epidural pode ser tão ou mais negativo de que um parto sem analgesia, se não estiveres emocionalmente preparada. 

Isto porque, se uma mulher vai ter o teu bebé cheia de medo e numa atitude passiva, dificilmente terá uma boa experiência de parto. 

São essas emoções  que trabalhamos no acompanhamento com Hypnobirthing durante a gravidez pois serão elas que te impedirão, ou ajudarão, a ter uma experiência de parto positiva.

Acontece frequentemente as mãe se prepararem para um parto com Epidural e, na altura, perceberem que não precisam. E o inverso também. Só a conexão ao teu corpo te fará perceber se precisas, ou não, de analgesia. 

Depois de definir as tuas preferências, saber como te libertar dos teus medos e ganhar confiança, verás que todos os recursos estão dentro de ti. 

É apenas uma questão de reaprender a conectar-te contigo, com o teu corpo e com as tuas capacidades inatas para fazer nascer! ✨ Com a vantagem de saber que poderás optar por escolher a analgesia se te fizer sentido na altura. Por escolha, e não por medo. 

A minha experiência com as mais de 400 mães que acompanhei comprova que a chave do sucesso de uma experiência positiva de parto está no trabalho mental interno aliado a algumas técnicas que se ajustam a todas as situações, e que usarás de acordo com o que necessitas! Sempre conectada contigo e com o teu bebé. 

Espreita aqui os testemunhos das muitas mães que o comprovam.

Nasceu com saúde e o resto esquece-se

” O que importa é que nasceu com saúde, o resto esquece-se” deve ser a frase que mais me incomoda ouvir. Como mãe, e como terapeuta, não posso concordar porque sei que a memória, e as emoções do parto, permanecerão para sempre e irão influenciar a tua vida e a vida do teu bebé.


No caso de uma mãe saudável com uma gravidez saudável, um bebé saudável deve ser a base de um nascimento e não o seu auge. O parto vai muito além de ter um bebé saudável.

Isto, porque a vivência de parto tem um profundo impacto na nossa saúde física e mental e esta experiência marca a nossa vivência como pais e o vínculo que estabelecemos com o bebé.

Começa por questionar-te:
Como te queres sentir durante o parto?
Como queres ser vista e tratada?
Queres ser envolvida nas decisões importantes que poderão ter um profundo impacto no teu parto?

Podes não controlar o parto em si mas controlas estas questões, que dependem inteiramente de ti.

Pessoalmente, acredito que todas as mulheres conseguem, e merecem, ter uma experiência positiva. A minha experiência com as mais de 400 famílias que acompanhei demonstram que é possível.

Isto, independentemente do tipo de parto, no hospital, ou em casa, espontâneo ou com indução, com ou sem Epidural, vaginal ou de Cesariana.

Todos sabemos que o parto é imprevisível mas TU PODES controlar e preparar a forma como o queres sentir e viver. Depende exclusivamente de ti!

O Hypnobirthing dá-te muitas ferramentas para tornar o teu parto verdadeiramente especial mas há muitos outros meios e preparações. Escolhe o que te faz sentido, mas assume a responsabilidade de que uma boa experiência de parto é uma escolha tua porque, mesmo com um bebé com saúde, a experiência NÃO SE ESQUECE.

Por isso, escolhe torná-la especial para ti e o teu bebé!

Estas mães escolheram:
Relato de parto da Helena
Relato de parto do Simão
Relato de parto da Emma

O efeito do medo em trabalho de parto

É um facto que quase todas as mulheres têm algum tipo de medo ou tensão quando pensa no parto. Vamos ver o efeito que esse medo provoca no trabalho de parto.

Como estamos programadas para a sobrevivência humana há milhares de anos, perante um eventual cenário de ameaça, respondemos involuntariamente com o Modo de Sobrevivência. Por exemplo, quando nos sentimos num ambiente estranho ou com algum receio. O nosso corpo interpreta como uma possível ameaça e ativa, involuntariamente, o sistema de sobrevivência.

Pode nem ser uma ameaça real, basta um pensamento, uma imagem, algo que leve o Neocórtex a avaliar um cenário de eventual perigo. É o suficiente para despoletar tensão e entrar, involuntariamente, neste sistema.

Como toda a tua vida te disseram que o parto era perigoso, esta ameaça está enraizada no teu subconsciente e manifesta-se ainda mais na altura do parto.

Neste modo, o coração bate mais rápido, libertas Adrenalina e ativas o Sistema de Sobrevivência, de forma completamente automática.

Com medo, o corpo prepara-se para se defender. Envia o sangue para as extremidades e prepara os braços e pernas para fugir ou combater.

Chamamos a este modo: Gelar – Combater – Fugir.

Este processo é completamente involuntário e improdutivo no parto pois não fomos desenhadas para parir numa situação de perigo.

Além disso, precisamos da irrigação sanguínea no útero, e não noutras zonas do corpo.

O nosso corpo está preparado para o nascimento sem sofrimento, mas quando este processo acontece, privamos os músculos da sua energia provocando cansaço e dor. Sim, dor. E quando sentimos dor, ficamos com medo, gerando mais tensão e quanto mais tensão, mais dor.

E assim se instala o famoso círculo vicioso Medo – Tensão – Dor.

Recordo que os músculos do útero precisam para funcionar bem de:

– Hidratação e energia (líquidos e alimentação)

– Boa oxigenação (quando tens medo, respiras mal)

– Boa irrigação sanguínea (neste estado o sangue é enviado para as extremidades)

– Flexibilidade (quando estás em tensão, ficas contraída)

Este é o principal responsável pelo sofrimento de tantas mulheres, pois o útero tem pouquíssimos recetores de dor e é o cérebro que decide se os sinais indicam perigo ou não.

Faz o exercício deste vídeo e entende, no teu próprio corpo, o efeito do medo em trabalho de parto. Não te limites a ver, faz mesmo!

Imagem: fonte www.bellybelly.com.au/

Relato de parto da Lea com Hypnobirthing

A Lea teve uma gravidez bem desafiante, num país estrangeiro, e deixa aqui o seu relato de parto com Hypnobirthing. Condições adversas e alguns medos e inseguranças perturbaram a gravidez mas ela sabia exatamente o parto que queira e merecia. Preparou-se com muita dedicação e este foi o bonito resultado do nascimento da Diana.


Recordo-me que a Lea nunca faltou a uma única prática e Gravidário, além das sessões individuais e da prática quase diária. Desconstruímos uma serie de medos e de expectativas, preparando-se para conseguir o seu parto ideal e aceitando o parto que estava reservado para ela.

O companheiro também precisou de desconstruir algumas crenças e alicerçar a sua confiança para a acompanhar. Foi um acompanhamento muito bonito e aqui fica o seu relato de parto com Hypnobirthing*. Este foi o desfecho do bonito nascimento da Diana.

” Não quero deixar passar mais tempo sem partilhar a minha experiência tão positiva e tão bela da chegada da minha filha ao mundo, tal como eu realmente desejava. E desde cedo fizemos este caminho com o acompanhamento da Maria. 

Escolhi fazer o programa de Hypnobirthing pois faz-me todo o sentido, além da preparação do corpo durante todo o processo da gestação e parto, a preparação da mente. E a Maria tem o dom de ir ao encontro das reais necessidades de uma mulher grávida e do casal. Não tenho dúvidas que ao longo da gravidez tive várias estrelinhas a guiar-me, e a Maria foi das maiores, quer através dos áudios, das frases, das sessões individuais e de grupo, a sua presença e sentido de oportunidade, o transbordar de amor no seu trabalho. Sente-se uma energia de mãe verdadeira, de porto de abrigo…tudo o que mais precisamos num período como este, que é difícil de encontrar nas pessoas que nos rodeiam, até mesmo nas mais próximas. 

Não tenho dúvidas que ao longo da gravidez tive várias estrelinhas a guiar-me, e a Maria foi das maiores.

No sábado começaram as contrações que evoluíram de forma muito rápida e então fomos para o hospital de St Mary’s, em Londres. O plano seria ter o parto na água no Birth Centre do hospital e assim foi. Mas, 3 dias antes, pelo facto de ter mostrado uma percepção de uma ligeira diferença ao nível dos movimentos do bebé na minha barriga e uma vez que já tinha entrado nas 40 semanas, houve um incentivo grande dos profissionais de saúde para fazer uma indução. Isso estava muito fora dos meus desejos, pois queria mesmo um parto totalmente natural e no fundo sentia que estava tudo bem comigo e com a bebé, sendo que nos 3 dias seguintes fui negociando para mais um dia, até chegar a esse sábado.

Então antes de ir para o piso do Birth Centre, tive mais de uma hora no piso da obstetrícia, com fortes contrações enquanto fazia o CTG. Finalmente vêm ter comigo e confirmam o que intuitivamente já sabia, que está tudo bem. E mais ainda, que estava em ótima forma e a gerir muito bem a dor, de forma muito calma (estava a fazer como podia, ouvindo os áudios e fazendo as respirações, apesar de estar há 3 noites quase sem dormir pela ansiedade do parto poder não ser como planeava).

E mais ainda, que estava em ótima forma e a gerir muito bem a dor, de forma muito calma.

Entrei na piscina quando tinha 4cm de dilatação e estive até ao nascimento da Diana. Os áudios que ouvia pelos phones, passei a ouvi-los através do sistema de som da piscina por sugestão da midwife, além de mais confortável, o meu companheiro pôde acompanhar-me e conectar-se ainda mais à magia de cada momento. Qual playlist qual quê… eram as palavras da Maria que o meu corpo queria ouvir.

E a Diana nasceu ao som da voz da sua voz, através de um verdadeiro mergulho de vida, ao ritmo dela, calma e serena, sem quaisquer intervenções médicas. Apenas esteve presente uma midwife, que simplesmente assistiu a todo o processo, foi uma outra estrela, que iluminou ainda mais esta chegada. Maria, obrigada de coração por tudo e por tanto, jamais a esqueceremos, pois esteve sempre presente antes, durante e após o momento mais importante das nossas vidas.”


Quando comecei este acompanhamento lembro-me de pensar que precisava muito de desconstruir estas expectativas porque a Lea estava muito ciente do que queria. Como o parto é imprevisível, este é também o meu papel e assim fiz, mas, quanto mais avançava o acompanhamento, mais percebia que este parto tinha tudo para se desenrolar como estava idealizado. E assim foi!

Foi um verdadeiro gosto acompanhar este casal e ajudar a trazer a Diana ao mundo com toda esta energia do amor. Obrigada Lea e João, que vossa caminhada seja sempre muito feliz!


 O relato está escrito conforme foi enviado pela mãe e retrata a sua perceção.

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Relato de parto da Helena
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Hipnoparto funciona com TODO o tipo de partos

“Hipnoparto, aquela preparação esquisita para partos naturais e domiciliares.” Esta era a imagem que uma grávida que hoje acompanho tinha do Hypnobirthing. Efetivamente o Hipnoparto, ou Hypnobirthing, é mais procurado por mães que pretendem um parto vaginal e com menos intervenções, mas funciona com todo o tipo de partos.


E porque é que o Hipnoparto funciona com TODO o tipo de partos ?

Porque prepara a grávida ou o casal para todas as circunstâncias de parto, sejam elas quais forem.

Este método prepara a mãe, e o companheiro(a) que escolhe para a acompanhar no parto, com informação baseada em evidências. Só com conhecimento e informação fiável, poderão estar seguros e saberão tomar as decisões mais apropriadas às suas preferências.

Como conhece todo o processo, a mãe decide, com base no conhecimento e não com base no medo, ou na passividade. Por isso o Hipnoparto funciona com todo o tipo de partos.

Este é o 1º passo do acompanhamento porque só assim escolherão as melhores opções para a mãe e para o bebé, nas suas próprias circunstâncias. Como conhece todo o processo, a mãe decide, com base no conhecimento e não com base no medo, ou na passividade. 

Primeiro, prepara-se para escolher o que quer, e o que não quer, no seu parto. E estas escolhas, também elas, devem ser conscientes e flexíveis para se poderem adaptar a eventuais mudanças de planos necessárias.

Em resumo, uma mãe sem medo, informada e empoderada sabe escolher, em consciência, a melhor opção para ela e para o seu bebé.

Isto porque, se a mãe vai ter o seu bebé cheia de medo e numa atitude passiva, as muitas técnicas que aprendeu dificilmente funcionarão.

O “segredo” da eficácia és tu, está dentro de ti, das tuas capacidades inatas para fazer nascer!

E este é o 1º passo para uma experiência de parto positiva, com qualquer tipo de parto e todos os programas se desenrolam a partir desta premissa.

Por isso, o Hypnobirthing, ou Hipnoparto funciona com qualquer tipo de parto.

Porque o “segredo” da eficácia do método és tu.

Depois de definir as tuas preferências, saber como te libertar dos teus medos e ganhar confiança, todas os recursos estão dentro de ti.

Basta reaprender a conectar-te contigo, com o teu corpo e com as tuas capacidades inatas para fazer nascer!


Maria Ribeiro
Fundadora do Parto se Medos com Hypnobirthing
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Como preparar cuidadosamente o pós-parto

Decidi escrever sobre a importância de preparar cuidadosamente o pós-parto porque, como terapeuta, sigo algumas mães com problemas graves no pós-parto. Alguns poderiam ser evitados com alguma preparação prévia. Outros, bem mais desafiantes, devem-se à recuperação acelerada e forçada desta fase. Aqui ficam algumas sugestões para preparar cuidadosamente o pós-parto.


No Hypnobirthing a minha intervenção acaba no parto, mas, o Pós-Parto é um tema que acarinho particularmente. Como terapeuta sei as “mazelas” que este período pode deixar, quando não lhe é dada a devida importância.

Noutras culturas, existe um período de Pós-Parto em que a mãe é acompanhada com total apoio. Ela é honrada, nutrida e acarinhada pela sua rede de apoio. Tem todo o tipo de cuidados que lhe permitem recuperar do trabalho de parto e ajustar-se a esta nova fase. A sua única preocupação é alimentar, criar e reforçar os laços com o seu bebé, e receber o carinho da família e amigos.

Nessas culturas, o pós-parto è um período de recolhimento para recuperar fisicamente e energeticamente e, só após a recuperação, volta lentamente aos seus afazeres habituais.

Em Portugal, não há esta tradição de honrar devidamente a nova mãe que acabou trazer uma vida ao mundo. Pelo contrário, atualmente, há mesmo uma certa pressão social para que trate do bebé, trate da casa, recupere fisicamente e volte rapidamente à “vida normal”.
As consequências desta recuperação forçada e acelerada deixam, muitas vezes, marcas emocionais graves.

É urgente cuidar da nova mãe

A meu ver, é urgente dar atenção a esta nova mãe e ajudá-la a assimilar emocionalmente tantas mudanças. Surpreendentemente, este cuidado pode prevenir e evitar repercussões muito graves na vida da mãe, e de toda a família.

Por todos estes motivos, aconselho as famílias que acompanho a preparar o pós-parto com todo o cuidado, ainda durante a gravidez. A fazer um plano para preparar o pós-parto. Algo simples, mas, que assegura o mínimo de preparação para desfrutar , com tranquilidade, dos primeiros tempos da vida do bebé.

Deixo aqui alguns pontos que pode preparar ainda durante a gravidez:


A equipa Pós-Parto
Identifique a equipa de pós-parto. Esta equipa é composta por todas as pessoas com quem pode contar para este período do pós-parto. Vai desde os profissionais de saúde, terapeutas, até os familiares e amigos que podem dar apoio neste período.
Por exemplo, quem tem disponibilidade e ficaria feliz por ajudar a cuidar dos filhos mais velhos, ajudar a limpar a casa, ir às compras, passear os animais, ou simplesmente mimar o bebé enquanto descansa ou toma um bom banho relaxante?
E recorde-se que pedir ajuda é um sinal de inteligência, e não de fraqueza, como possivelmente lhe ensinaram.


Lista de refeições e de compras
De quantas refeições por semana precisa para a sua casa funcionar sem si, e sem sobrecarregar o seu companheiro? Quais os alimentos e pratos que gosta de comer? Quais os lanches nutritivos que mais aprecia?
Faça antecipadamente uma lista de refeições que pode congelar, encomendar, pedir a alguém para lhe confecionar para não ter de se preocupar com as refeições e lanches nos primeiros tempos.
O mesmo se aplica às compras, faça uma lista de compras e peça às pessoa para fazer as compras e trazer-lhas. Com tempo e organização, ficam felizes por ajudar e liberta-a de mais esta preocupação.


Meio ambiente amigável
Como se vai instalar em casa fisicamente para se sentir segura e apoiada (quarto, sala…)?
Prepare com antecedência o espaço, seja prática! Escolha o sítio onde se sente confortável em vez do mais social ou bonito, junte os materiais de apoio num cesto transportável para não ter de se deslocar, rodeie-se de elementos que a deixam confortável, mas também feliz.


Estes são apenas alguns aspetos a ter em conta, mas há muitos outros. Por exemplo, visitas, estratégias de descanso e auto-cuidado, práticas que a tranquilizem em stress, práticas de recuperação …

E, se por acaso, estás a pensar que talvez não seja preciso tanto planeamento, tens toda a razão. Não precisas, mas garanto que ajudará, e muito!


Maria Ribeiro
Fundadora do Parto se Medos com Hypnobirthing e CRIA-Filhos Confiantes

Relato de parto da Cláudia com Hypnobirthing

A Cláudia e o marido estão em Kristiansand, na Noruega, onde o Hypnobirthing é comum. Procuraram-me para aprender em português e preparar um parto mais tranquilo, evitando a ansiedade que prejudicou a experiência de parto anterior. Recordo-me bem deste casal, dedicados, interessados e curiosos com todas as técnicas. Não conseguimos terminar o acompanhamento pois o Lucas estava com pressa de conhecer o mundo. Fica aqui o bonito relato de parto da Cláudia com Hypnobirthing


” Passado 7 meses lá consegui vir escrever a nossa história de parto ??
As 35+6 semanas, ao início da noite (quinta-feira), senti que tinha “soltado um xixi” com demasiada facilidade. Como não sabia bem o que era liguei para o hospital e disseram me para ir fazer um check up. Como não tinha dores nem tinha tido mais perdas, peguei no carro e lá fui. Convenci o marido que não havia problema e daqui a umas horas estava de volta.

Depois de estacionar o carro, quando me dirigia para a porta, lá tive a confirmação que aquilo eram as águas… já não ia sair dali sem o meu Lucas. ?
No hospital meteram me a antibiótico e estive sem ondas até ao final da tarde de sexta.
Depois elas lá foram aparecendo e ao inicio da noite como estava com pouca dilatação e ondas regulares, pedi medicação para conseguir descansar. Deram me morfina e consegui dormir até as 4h. Acordei com as ondas a serem mais intensas. Como estava na ala “pré parto” não tinha mais medicação para além do Paracetamol para me darem.

Não tinha mais medicação para além do Paracetamol para me darem.

Optei por ir para um duche longo. Não tinha noção de quanto tempo lá estive mas algo entre 30 a 40min ? no banho estive sempre a controlar a respiração como aprendi no curso e a visualizar o meu lugar seguro. Quando saí de lá, as ondas estava mto intensas. Pedi para me verem a dilatação, senti que algo estava a acontecer e se tivesse mais de 4cm queria ligar ao meu marido (época Covid e o companheiro só podia entrar em parto activo). Viram me a dilatação e já estava com 5cm. Liguei ao meu marido por volta das 6h50 para ele vir assim que desse.
Por já estar em parto activo, transferiram me para a sala de partos. Enquanto mudava de piso tinha de parar a cada 5m para respirar e manter a concentração ??


A parteira disse-nos que estávamos os dois super calmos e com imenso controlo. Que fosse lá o que o meu marido me estivesse a dizer, o meu corpo respondia de maneira calma. Nós falávamos português entre nós.


Enquanto o marido não chegava, ia ouvindo os seus vídeos e mantendo a concentração.
Quando ele chegou, pedi os gases (aqui na Noruega, eles recorrem muito aos gases para usar quando a onda começa) e pedi também Epidural. Senti que estava a precisar de descansar e me preparar para o grande final. Quando me viram novamente a dilatação, já estava nos 8cm. Depois de o meu marido chegar, fiquei muito mais relaxada. A presença dele ajudou imenso e ele seguiu todas as dicas que aprendemos no curso.
Aliás, ele foi o único de nós os dois a fazer as aulas sobre respiração Descendente e que me explicou muito rapidamente como havia de fazer. ?

Ele foi o único de nós os dois a fazer as aulas sobre respiração Descendente e que me explicou como havia de fazer.

Entretanto chamaram a anestesista para a Epidural, mas quando ela chegou já tinha 10cm ? não tive direito a Epidural, mas tive direito a um “cocktail de drogas” que injectam na mesma zona que a Epidural mas só pode ser aplicada uma vez e tem a duração de 1h. Essa hora valeu ouro ? consegui comer, beber e ganhar forças para os últimos 15min. Quando o efeito desapareceu tinha uma vontade enorme de fazer força e assim foi… passado 15min o Lucas nasceu. Eram 10h14 de Sábado e tinha 2840g. ?
Durante as ondas mais intensas na fase final, usei imenso a visualização do semáforo… e não é que ajudou mesmo? ?

Durante as ondas mais intensas na fase final, usei imenso a visualização do semáforo… e não é que ajudou mesmo?

Depois do parto estivemos a falar um bocado com a parteira e disse-lhe que tinha feito um curso de hypnobirthing e ela disse nos que estávamos os dois super calmos e com imenso controlo. Que fosse lá o que o meu marido me estivesse a dizer, o meu corpo respondia de maneira calma. Nós falávamos português entre nós.
Obrigada pelos ensinamentos e pelas partilhas. O Lucas é hoje um bebé super feliz e sorridente. ?”


Fico sempre um pouco preocupada quando não termino um acompanhamento mas depois percebo que a aprendizagem em si, leva a que o casal aprenda em conjunto e se prepare para todas as circunstâncias. Porque este é o objetivo do Hypnobirthing, ter uma experiência positiva em qualquer circunstância.

E nunca subestimem um casal preparado e empoderado!

Foi um gosto acompanhar-vos, gratidão pela confiança!


* O relato está escrito conforme foi enviado pela mãe e retrata a sua perceção.

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